Eu e minhas paixões literárias…
Acabei de ler recentemente o “Último Reino” – livro um das crônicas saxônicas – de Bernard Cornwell, e me apaixonei… Cornwell é um profundo estudioso da história anglo saxã. Seus romances são todos elaborados em cima de fontes históricas, por isso suas obras são consideradas “romances históricos”. Como autor, e em seu pleno direito, ele brinca com fatos reais. “Crônicas Saxônicas” traz a história de “Alfredo, o Grande”, o único rei da Inglaterra a receber tal título.
Talvez seja esse o motivo de eu ser tão fascinado pelas suas obras. Sou apaixonado por esse estilo de literatura.
Toda a sua obra é muito linda, maravilhosa, mas por hoje irei falar somente das famosas “paredes de escudos”. Mais para frente eu tiro um tempinho para falar do livro, da história em si.
Mas, afinal de contas, o que é uma “parede de escudos”?
Essa é uma formação militar muito comum durante a antiguidade e idade média. Cada cultura tinha uma modificação, um requinte diferente ao fazer, mas basicamente todos faziam a mesma coisa. A formação consistia em colocar os soldados ombro a ombro, onde a mão do escudo era responsável por proteger o homem da esquerda. Ou seja, cada homem deveria contar com a ajuda do vizinho. A “parede de escudos” funcionava como um organismo único, era uma guerra coletiva. Os romanos aprimoraram essa técnica e criaram o famoso “casco de tartaruga”, uma horda impenetrável responsável por distribuir várias piabas em seus adversários. Na hora do impacto, uma parede tentava romper a outra. Romper a linha da frente significava um “abraço”, as chances de derrota eram enormes. Lição número um: Nunca rompe sua parede.
Logo após o rompimento da primeira linha ocorria o combate corpo a corpo. Um “oba a oba” geral, uma micareta de espadas e escudos.
As paredes rivais eram colocadas frente a frente, e começava todo um ritual – que diria no mínimo inusitado. Os druídas – digo isso me referindo as culturas pagãs que dominaram a Inglaterra antes do cristianismo – tomavam a frente começavam a praguejar contra a parede adversária. Além dos xingamentos, bolsas de urina e excrementos eram arremessados contra os inimigos. Tudo isso era uma forma de romper a estabilidade da parede adversária, uma forma de romper a primeira linha.
Algumas paredes chegavam a embriagar alguns indivíduos, que corriam nus para provocar seus adversários. Tudo isso constituía o ritual antes da batalha.
Algumas peculiaridades ainda podem ser notadas. Como por exemplo o fato de colocarem guerreiros inexperientes – mesclados com os mais antigos – na primeira fila da parede. Era uma forma de “desvirginá-los”. Afinal de contas, um homem não poderia ser considerado um homem sem antes passar pela sua primeira parede de escudos.
A parede era um modo muito efetivo de fazer a guerra. Peculiar e mortal, ainda mais nas mãos de espartanos, romanos, vikings, etc…
Conforme o avanço tecnológico implementado nas batalhas, a “parede de escudos” deixou de ser utilizada. Ela foi aos poucos sendo substituída pela formação de “quadrado” na Idade Média , e depois pela formação de “colunas” nas guerras do século XVIII.
Bem, essa foi uma pitadinha histórica aqui no Donna Rita. Espero que tenha gostado..
Abraços, bjss e aperto de mão…
Até a próxima..
Essa foi mais um post do Sr.Marido que escreveu e saiu correndo para polir o seu escudo de carvalho…