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Antes de ser criada a Copa do Mundo, a Fifa reconhecia o país da medalha de ouro de futebol nos jogos olímpicos como o campeão mundial. Numa conferência em Amsterdã, em 1928, o francês Jules Rimet anunciou que criaria um torneio à parte dando assim origem a Copa do Mundo. Pesou também o fato das Olimpíadas de 1932 serem realizadas nos EUA, país que na época não dava a mínima para o desporto bretão.
Futebol até então era uma modalidade exclusivamente olímpica, por isso surgiu a ideia de reunir os maiores futebolistas de um determinado país em uma determinada competição para averiguar o melhor time do mundo. Somou-se aí um “suposto” boicote dos americanos mais a vontade que já existia de realizar um torneio á parte. Esses foram os ingredientes fundamentais para o estabelecimento da primeira Copa.
Em 1929, em uma reunião em Barcelona, a Fifa optou pelo Uruguai como pais sede. Dois critérios foram levados em consideração para estabelece-lo como primeiro anfitrião: a celeste era a atual bicampeã olímpica (1924/1928), e 1930 seria o ano do centenário da independência do Uruguai.
A primeira Copa não contou com eliminatórias. Os treze países filiados à Fifa foram convidados para o evento. Itália, Espanha, Hungria, Alemanha, Suíça, Áustria, Inglaterra e Tchecoslováquia desistiram de participar do torneio. O fato do futebol ser um esporte amador (onde muitos jogadores tinham outras ocupações de onde tiravam seu suado dinheirinho para pagar as contas) mais a viagem transatlântica (na época as delegações viajavam somente por navios) que era custosa e demorada demais. Esses fatos contribuíram para a desistência de muitos países. Nessa copa de 1930 não houve mascotes, inventados somente em 1966. Apenas três estádios foram utilizados, dentre eles o Estádio Centenário construído especialmente para a Copa.
Dados da Copa: Uruguai sagrou-se o primeiro campeão batendo a Argentina por 4×2 na final. O argentino Guilhermo Stábille (El infiltrador) terminou o torneio como artilheiro com 8 gols. O Brasil fez uma campanha decepcionante. Um dos motivos foi o fato de não contar com os seus melhores jogadores devido a um racha interno com a Federação Paulista. A seleção tupiniquim acabou amargando aí um mísero 6º lugar.
O torneio, infelizmente, deixou de ser realizado em 1942 e 1946. Esse hiato ocorreu devido à Segunda Guerra Mundial, que além de destruir a Europa deixou cerca de 50 milhões de mortos e outros 20 milhões de inválidos, aproximadamente. Diante de tamanha desgraça ficou inviabilizado a realização do torneio.
Mas, o futebol não deixou de rolar mesmo em período de guerras.
Em 9 de Agosto de 1942, em Kiev, atual território da Ucrânia, foi jogada a partida de futebol mais mortal da história. Ela aconteceu quando o território ucraniano foi ocupado pelo exército nazista. Na época, o FC Star (que tinha como base o Dinamo de Kiev) humilhou os alemães em campo. Os prisioneiros recusaram-se a fazer as saudações nazistas aos oficiais da SS, e ensacolaram os alemães durante a partida com uma goleada sonora de 5×3. Lembrando aqui que o juiz da partida era também um oficial do exército nazista.
A partida terminou com a vitória da resistência, porém os alemães reagiram sem piedade e mataram pelo menos quatro jogadores do FC Star.
O futebol foi utilizado como uma ferramenta de resistência, luta contra o totalitarismo. O esporte, de maneira geral, tem esse poder.
E ainda existe quem afirma que o futebol não tem nada a ver com o aspecto político e social. Uma pena.
Em 1950, a Copa do Mundo retornou e foi realizada no Brasil e o estádio do Maracanã foi construído para o evento. O Brasil, país carente em busca de afirmação internacional, procurou o futebol como uma maneira de se destacar perante o mundo. Aproximadamente 200 mil pessoas acompanharam o final da Copa de 1950 entre Brasil e Uruguai. A seleção brasileira acabou perdendo por 2×1 de virada no evento que ficou conhecido como Maracanaço, o pior episódio da história do futebol brasileiro até o fatídico 7×1.O Brasil conseguiu levantar a taça Jules Rimet nas copas de 58, 62, 70, 94 e 2002. Ganhou ainda direito de ficar com a taça de maneira definitiva graças ao tricampeonato mundial. No entanto a taça foi roubada. Coisas que parecem acontecer somente no Brasil. Fica aqui uma menção honrosa à seleção de 82, liderada pelo querido Sócrates. uma seleção que brilhou, encantou, ativa politicamente, no entanto não conseguiu o objetivo de ganhar a Copa. Uma pena para a Copa do Mundo.
Curiosidades:
Maiores campeões mundiais: Brasil cinco vezes; Alemanha e Itália quatro vezes; Argentina e Uruguai duas vezes; Inglaterra, França e Espanha figuram com um título mundial.
Maiores artilheiros: Miroslav Klose (Alemanha) dezesseis gols; Ronaldo (Brasil) quinze gols; Gerd Muller (Alemanha) quatorze gols; e Just Fontaine (França) com treze gols.
OBS* Na Copa de 58, Just Fontaine marcou os seus 13 gols, e carrega o título de maior artilheiro de uma mesma edição de Copa do Mundo.
A Copa do Mundo passou pelas mais diversas transformações, mas continua sendo disputada fortemente até os dias atuais. Logicamente, escândalos de corrupção na Fifa acabam por diminuir seu prestígio. A Fifa pede “fairplay” dentro do campo ao mesmo tempo que favorece a candidatura de países como Catar e Russia, dentre outros, que não respeitam as liberdades individuais. O futebol tem o tamanho suficiente para causar transformações e levar o mínimo de dignidade para lugares onde ainda existe ataques aos direitos humanos, falta de democracia, dentre outras coisas. Mas, por interesses políticos e econômicos, não o faz.
No entanto, como não se emocionar com o poder do futebol, com as figuras que participam dos espetáculos, com as torcidas, com todas as histórias contadas e que ainda estão por vir.
Futebol é esporte de homens, mulheres, de quem quiser. É mais do que nunca um ato político.
Darwin
Em 04.07.2018