Depois um bom tempo ostracismo – devido a bazares, fechamento de notas, término de bimestre, e algumas hora de Witcher III – resolvi aparecer novamente para fazer aquilo que mais gosto: escrever. E nada mais justo do que voltar a falar sobre filmes, por isso resolvi falar especialmente sobre um dos mais assistidos de todos os tempos aqui dessa casa. Demorou, mas chegou a hora de falar da Ilha do Medo…
O que faria se todos ao seu redor afirmassem que você é um louco? Muito provavelmente você se convenceria. É isso o que me move a assistir esse filme várias e várias vezes, nunca me canso dessa porra.
O filme é uma adaptação feita por Martin Scorsese do livro “Paciente 67” de Dennis Lehane e conta a história do detetive Ted Daniels, encarregado de investigar o desaparecimento de um paciente do sanatório para criminosos doentes mentais de Ashecliffe. Até aí tudo bem, não parece ser nada demais…
Daí pra frente a trama só encorpa. Vem todo o mistério do paciente 67, a regra dos quatro, o mistério no antigo farol. Resumidamente, Ted Daniels é um paciente do instituto que passa por um tratamento novo e radical, tudo é encenado dando margem para a fantasia que havia criado: a de um bom policial que vai até o sanatório fechá-lo, pois lá acontecem vários experimentos dignos do mais sádico dos nazistas. Ao final ele descobre ser o próprio paciente 67, um dos muitos loucos exilados naquela ilha.
Obviamente a trama é muito mais complexa que essa breve síntese. Meu ponto não é esse. Resolvi escrever essa postagem para discutir uma outra possibilidade: e se ele realmente fosse um detetive encarregado de investigar os crimes da ilha que acabou sendo “enlouquecido” pelo local. “…It´s a trap…”
Eu acredito piamente nessa possibilidade, mesmo depois de ter assistido diversas vezes. Entendo que Ted Daniels era um louco desde o início e há varias passagens do filme que colaboram para isso, mas a segunda possibilidade é bem provável…
Um agente federal veterano da segunda guerra que, traumatizado pelos incidentes do conflito, resolve investigar qualquer coisa que se assemelhe ao holocausto nazista – também é de conhecimento público que os hospitais psiquiátricos da primeira metade do século XX foram responsáveis por muitos experimentos, dignos de uma Alemanha nazista. De repente ele descobre que o responsável pelo assassinato de sua esposa se encontra em Ashecliffe, justamente no local em que ele colocou o seu alvo, seu objeto de investigação.
Ted Daniels perguntou demais, por isso elaboraram um plano maquiavélico para arrastá-lo até a ilha. E parte do plano consistia em deixá-lo insano, assim como fizeram com a doutora Rachel Solano…
Eu particularmente acredito muito nessa teoria, faz sentido e vem de encontro com o questionamento proposto logo no começo da postagem: O que faria se todos afirmassem que você é um louco?
Essa foi minha perspectiva desse filme tão excelente que ainda vive em minha memória mesmo tendo assistido diversas vezes. Aliás, esse é o melhor tipo de filme, aquele que não termina nos créditos, mas continua persistindo por muito tempo na cabeça…
Esse foi mais um post do Sr. Marido que escreveu e saiu correndo para jogar Witcher III…
Unknown
Em 24.06.2015