Seus maníacos!!!
Queridos e queridas…
Poucas foram as obras capazes de impactar tanto quanto o Planeta dos Macacos. Uma excelente leitura que realmente traz um plot twist interessantíssimo ao final. O filme de 1968 chocou ao trazer a Estátua da Liberdade no final comprovando que Ulysse Mérou/ Taylor estava na verdade o tempo todo na Terra em algum lugar no futuro, foi muito impactante. Tym Burton tentou fazer algo parecido em 2001, utilizou uma estátua de Lincoln macaco, o que deixou tudo muito confuso e por fim decepcionante. A película de 1968 foi capaz de causar um impacto muito maior, capaz de horrorizar o telespectador, que ficou também com vontade de se ajoelhar ao chão gritando “Seus maníacos!” junto com Charlton Heston.
Se você já conhece o final do clássico não se preocupe em ler o livro. Pierre Boule foi capaz de escrever um final com uma virada muito mais fantástica. Ao final do livro eu me pegue rindo, tinha cai na pegadinha do escritor, enganado e nem ao menos desconfiei. Portanto, se você assistiu aos clássicos e aos novos filmes não se preocupe, sua experiência não será arruinada.
O enredo traz uma história de um jornalista e um grupo de astronautas em um futuro não muito distante, que acabam por parar em um planeta estranhamente parecido com a Terra. Vegetação, clima, fauna, tudo soa muito familiar e causa estranhamento aos viajantes intergaláticos. Para a surpresa de todos, a raça dominante local é composta de macacos inteligentes enquanto a raça humana parece subjugada, como se a humanidade tivesse regredido alguns milhares de anos.
Conforme a trama vai incorporando cria-se a possibilidade desse novo planeta, batizado de Soror pelos astronautas, ter sido colonizado pela raça humana em algum momento de sua história, ou povoado por um outra espécie similar aos seres humanos. A trama ganha um novo sentido quando descoberto um sítio arqueológico com vestígios humanos, o que poderia preencher as lacunas do passado da civilização símia.
Aqui há uma pequena diferença entre o livro e o clássico. Ao final do filme fica muito claro que o planeta
Soror na verdade seria a Terra em algum ponto no futuro, onde a humanidade foi devastada durante confrontos nucleares, dando espaço para uma nova espécie dominante que seria a dos macacos. Isso ficou bem pontuado pela
Estátua da Liberdade ao final. E que na verdade, nosso querido
Charlton Heston estaria se referindo a humanidade quando decidiu descarregar a sua raiva, e não aos macacos.
Já no livro fica em aberto, não fica claro se Soror é realmente o planeta Terra, ou se foi realmente um planeta colonizado por seres humanos que por algum motivo abandonaram seu projeto ha muito tempo atrás. A ideia de que os macacos aprendem através da imitação é constantemente trabalhada dando a entender que eles poderiam ter adquirido os hábitos humanos através da imitação, e assim desenvolvido uma nova sociedade. Uma Nova Ordem Mundial controlada por macacos, o que não seria tão ruim em pensar naqueles que nos governam nos dias de hoje.
O único ponto negativo – se é que pode se dizer que é negativo – no livro é que às vezes o enredo se prende demais às informações técnicas, principalmente no momento em que são trabalhadas várias e várias teorias comportamentais no período em que o protagonista se encontra preso e sendo estudado pelos símios. Não chega a ser ruim, mas a descrição é toda muito técnica, o que pode tornar tudo muito cansativo. Eu mesmo senti necessidade de me afastar um pouco do livro, precisei de um tempo até retomar a vontade de terminar o serviço. Senti algo muito parecido quando li “2001”.
Não sei, talvez eu seja um pouco burrinho demais para entender.
Com certeza esse é um livro que tem a obrigação de estar em qualquer estante de respeito, ainda mais se a estante pertencer a um amante de ficção científica. Fica a dica. Leia o livro e assista ao clássico de 1968 e se prepare para assistir aos novos filmes, que aliás, estão excelentes.
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Um abraço e até a próxima…
Ficha Técnica:
Nome: O Planeta dos Macacos
Autor: Pierre Boulle
Páginas: 216
Ano de lançamento: 1963
Ano dessa edição: 2015
Editora: Aleph