O inominável está de volta, agora com traços tupiniquins…
Queridos amigos e amigas hoje é dia de falar de quadrinhos…
Todos por aqui já conhecem a minha paixão pelo universo criado por LoveCraft, e em um de meus passeios pelas livrarias da vida descobri uma obra em hq inspirada no mesmo. Estou falando do “Despertar do Cthulhu em quadrinhos”. Minha nova paixão, e como eu me apaixono fácil por livros.
Tudo começou como um projeto no final de 2015 quando a Editora Draco abriu uma seleção para parcerias visando recrutar quadrinhistas, roteiristas, de todo o país. A ideia era que os candidatos enviassem contos baseados no horror das histórias de LoveCraft, como se fosse uma espécie de releitura dos grandes clássicos. Era só enviar um email com um roteiro de vinte páginas, ou um link com portifólio no caso de um desenhista e pronto. Tudo isso foi avaliado e julgado pelo experiente editor e roteirista Rapahel Fernandes.
O resultado final não poderia ser outro senão uma obra de arte.
A hq conta com oito histórias, com cerca de vinte páginas cada uma, em um horror que só pode ser descrito como preto, branco e verde. um dos pontos fortes da revista, deixou o poder de imersão muito maior.
Os contos são todos muito bons, de cair o cabelo, mas alguns se destacam mais que outros. Nessa minha humilde opinião fecal, eu destacaria: “Os tambores de Azathoth” onde o protagonista Oppenheimer – ele mesmo, envolvido no projeto Manhatam e consequentemente no desenvolvimento de armas nucleares que acarretaram na destruição de Hiroahima e Nagasaky, coisa bem leve, gente boa – encontra-se com o mago Alester Crowley. As personagens interagem em um diálogo totalmente insano e surpreendente. Todo esse horror foi desenvolvido por Antonio Tadeu com a arte de Lucas Chewie. Uma das coisas mais legais que li ultimamente.
Fica também a dica de leitura do último conto: “O que dorme”, roteiro de Barbara Garcia e arte de Elias Aquino. O conto é inspirado na obra “A cor que caiu do espaço”, e traz a história de uma cidadezinha pacata que teve sua rotina alterada devido a queda de um objeto estranho em seus arredores. O evento é um grande marco para o desencadeamento de inúmeras atividades bizarras.
Ás vezes eu me pergunto como essas pessoas conseguem pensar em coisas tão bizarras, tão fascinantes.
Como dito anteriormente, esses contos são os que mais se destacam em minha opinião, o que não significa que os outros sejam ruins.
A obra é em formato americano impressa em papel couchê – aquele papel maroto mais durinho de maior qualidade e durabilidade – o que agrega um valor maior ao produto final. Outro ponto forte que me agradou muito foi a iniciativa da Editora Draco. Eu particularmente achei muito bacana esse processo de seleção, que de repente pode abrir espaço para novos talentos tupiniquins no mundo das hq’s. Gosto muito de ver brasileiros se destacando pelos bons trabalhos, é excelente para o mercado interno.
Se você é fã de histórias em quadrinhos, e de quebra ainda gosta de ficar fascinado com coisas inomináveis, essa obra é indispensável para a sua biblioteca, coleção, ou o que quer que seja.
Esse não é um post patrocinado, mas caso haja interesse em adquirir o produto é só dar uma clicadinha aqui, e você nos irá ajudar a comprar o leitinho dos felinos dessa casa.
Espero que tenham gostado dessa dica muito marota. Fico por aqui, deixando vocês por aí….
Ficha técnica:
Número da edição: 1
Ano da edição: 2016
Editora: Editora Draco
Número de páginas; 168
Acabamento: Brochura
Autores: Dudu Torres, Antonio Tadeu, Lucas Chewie, Airton Marinho, Fabricio Bohrer, Caiuã Araújo, Marcio de Castro, Lucas Pereira, Raphael Fernandes, Samuel Bono, Jun Sugiyama, Hilton P Rocha, Daniel Bretas, Bárbara Garcia e Elias Aquino.
Edição: Raphael Fernades
Ilustração da capa: João Pirolla.