“…Sinceramente, nem sei o que dizer…”
Queridos e queridas…
Sou muito fã de “Douglas Adams”, mas dessa vez não deu. Aquele velho problema de não conseguir finalizar muito bem uma obra retorna, dessa vez mais forte do que nunca. Não me entenda mal, o enredo é muito bom, cheio de desafios que enriquecem muito a trama.Tem os mais diversos elementos como fantasmas, viagens na linha do tempo, universos paralelos, assassinatos – uma coisa bem “Doctor Who” -, mas fica bem por aí.
Uma obra que tinha todos os elementos para dar certo, mas acabou mal. Pelo menos nessa minha humilde opinião fecal.
Todos esses elementos são conectados através da figura de “Dirk Gently”, um detetive com uma habilidade holística capaz de resolver alguns problemas, meio que um dom. Esse fato não é um dos pontos baixos, aliás, esse fato se traduz como um dos pontos fortes de todo o livro. O leitor realmente fica instigado até o fim para ver como todos os pontos podem se conectar. Eu mesmo fiquei empolgadão.
O “Monge” também é um personagem muito bem elaborado. Fruto de uma dimensão diferente, um androide cujo o único objetivo era acreditar nas coisas. Talvez isso se deva ao fato de pertencer a um universo onde as pessoas perderam a capacidade de acreditar, de ter fé. Uma espécie de “terceirização”. O único defeito desse ser iluminado era enxergar o mundo rosa, por isso foi descartado, exilado em uma pequeno dimensão com o seu inconformado cavalo.
Não se engane, não é de todo ruim, têm coisas muito boas. O humor característico de “Douglas Adams” permeia pelo livro livro de maneira genial. São inúmeras as passagens hilárias e situações inusitadas que contribuem para isso.
Mas, o final é um grande pecado. Talvez seja eu que não tenha entendido muito bem. A impressão é que o autor escreveu correndo, talvez apertado por prazos, e não terminou legal. Algumas pontas soltas parecem ter sido forçadas para dar a impressão de um final bem acabado. Para se ter uma ideia, “Dirk Gently” salva todo o universo e eu nem percebi isso acontecer, foi tudo muito rápido.
Ouvi dizer por aí que é necessário ler mais de uma vez para pegar toda a ideia. Acredito que é bem provável. Infelizmente, a falta de tempo é um problema que não me permite ler novamente, pelo menos não por enquanto. Talvez um dia eu retorne aqui com uma opinião diferente, o que é muito saudável.
Em suma.
“Agência de investigações holísticas Dirk Gently” é um livro capaz de garantir algumas horas de bom entretenimento apesar de o desfecho não ser dos melhores, longe disso. O que garante uma nota mais baixa para a obra. Porém, em nome de todo o respeito que tenho por Douglas Adams, confesso que lerei o segundo volume: “A longa e sombria hora do chá da alma”. O título é bem instigante.
Quem sabe é um pouco mais maduro, mais bem trabalhado.
Por favor, leia e tire as suas próprias conclusões. Aproveita que tá bem baratinho, é só dar uma clicadinha aqui. Depois volte para termos uma boa conversa…
Fico por aqui, deixando vocês mais uma vez por aí.