Conde Drácula. Será que ele realmente gostava de chupar um pescocinho? Será que ele realmente tinha um pacto com o Cramunhão? Quem foi realmente o Conde Drácula e porque a sua figura é capaz de causar tamanho fascínio através dos séculos. Nesse ano desastroso de 2020 a figura mitológica do vampirão ainda continua em alta e serviu também como base o mais novo romance de Andrew Pyper, A Criatura. Hoje aqui nesse humilde blog, vamos papear um pouquinho sobre o que há de verdade e o que é exagero na história contada por Bran Stoker.
Apesar do que se fala romance de Bram Stocker, Vlad III não chupava sanguinho e muito menos era governador da Transilvânia. Talvez tenha passado por lá em algum momento da sua vida, alguns relatos afirmar que ele passou alguns dias no castelo de Bram. No entanto, o polêmico Vlad III era governador de uma região conhecido como Valáquia, localizada na região sul da Romênia. Passou grande parte de sua existência na fortaleza de Poenari, cerca de cento e vinte e cinco quilômetros de Bram.
Reza a lenda que sua primeira esposa teria se atirado de uma das torres. Imagine o quanto era saudável o casamento desse camarada.
Até hoje é considerado um dos heróis da fé cristã exatamente por defender a região de ataques do Império Otomano no século XV. Retardou a expansão turca, acabou derrotado, mas não se antes ter matado alguns milhares do que ele considerava infiéis.
Vlad nasceu na Transilvânia, embora não tenha ficado muito tempo por lá, em 1431. Filho de Vlad II “Dracul” (ordem de guerreiros europeus que defendiam a fé cristã) governante da Valáquia. Vlad II teria cedido seus dois filhos para os otomanos como uma espécie de acordo de trégua. Vlad III e seu irmão foram entregues ao sultão otomano Murad II como garantia de paz.
Aí já dava para perceber que infância do pequeno Vlad III foi um tanto conturbada. Apesar de sempre nutrir um ódio pelos turcos, foi criado e meio a sua cultura aprendendo os costume e a língua. É nesse momento da história que Vlad III teve contato com um hábito, nada saudável, que acabou levando para o resto de sua vida.
O hábito de empalar pessoas.
Em 1448, seu pai foi traído pela nobreza e assassinado. Vlad III foi liberto, e ao contrário de seu irmão, retornou para a Romênia, fez alianças com alguns nobres e conquistou o trono ocupado pelo seu pai aos vinte e cinco anos de idade.
Vlad III organizou um banquete de conciliação onde ordenou que os traidores fossem empalados enquanto jantava. o psicológico desse cidadão devia ser algo de outro mundo. Desse momento que pode ter surgido a ideia, que foi utilizada por Bram Stocker, de Vlad III ter um certo apreço pelo sangue. O jovem governante ganhou então o apelido de “Empalador”, ou seja ‘Tepes”em romeno.
Vlad Tepes comandou a Valáquia por seis anos, no entanto não conseguiu resistir a uma investida otomana. Radu, seu irmão mais velho que cresceu entre os turcos, liderou os otomanos na conquista do sul da Romênia.
Retornou para Valáquia, uma terceira vez, reconquistando a região. Morreu no mesmo ano combatendo aos turcos aos quarenta e cinco anos de idade.
Sua cabeça foi separada de seu corpo e levada para Constantinopla como uma prova de sua morte. O bicho era ruim mesmo.
Bram Stocker, o autor do romance, baseou o icônico Conde Drácula na figura histórica de Vlad Tepes. Juntou tudo isso as lendas que existiam no leste europeu que afirmavam a existência de mortos vivos que se alimentavam do sangue dos vivos. Tudo isso acabou sendo misturado para a criação do excelentíssimo romance em meados do século XIX.
Vlad Tepes não era um monstro, não tinha nenhuma espécie de pacto com criaturas demoníacas. Era um ser humano, e sinceramente, esse é o fato que mais me assusta.
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Um abraço, um beijo e um queijo…