Lá no longínquo ano de 2013, quando decidi dar o pontapé inicial no sonho de ter meu negócio criativo, precisei me atentar a diversos detalhes para poder criá-lo e transformar a “paixão em um negócio de verdade.” Não cabe neste post falar de cada um dos pontos que foram levantados e analisados, mas um deles teve extrema importância naquele momento e foi um dos passos que me gerou mais duvidas e, consequentemente, mais pesquisas antes de poder dá-lo com segurança: como escolher minha loja virtual?
Talvez este texto fique um pouco longo, mas vou tentar ser sucinta sem deixar de falar de todos os aspectos que envolveram a minha escolha. E aqui está o primeiro ponto que preciso deixar claro: vou falar da minha experiência e das minhas escolhas e isto implica a diferença, ou seja, para você o contexto pode ser totalmente diferente. Você não deve levar nada que eu escrever aqui a ferro e fogo e sim, talvez, como um norte para que você faça suas perguntas, encontre suas repostas e faça a sua escolha.
Primeiro ponto: eu preciso mesmo de uma loja virtual?
Geralmente começamos pequenos, mostramos nossas peças para a família, amigos e colegas de trabalho, mas se a intenção é fazer do seu artesanato um negócio criativo, você logo sentirá a necessidade de crescer. Você vai querer aumentar o seu raio de alcance, vai querer expandir seu público e você poderá fazer isso encontrando um ponto físico como uma loja, uma sala comercial ou até mesmo um cantinho em sua casa para atender seus clientes e chamar de ateliê. Essa seria a lógica de pensamento há alguns 10, 15 anos…
Quando eu me vi nesse momento de expansão, de querer alçar voos mais altos, percebi que não tinha como investir em um local físico, nem fora, nem dentro da minha casa. Então, surge a loja virtual como uma alternativa e nesse ponto, busquei os prós e os contras de ter a minha loja nas interneti. Vamos aos prós:
- Alcance: uma loja virtual estará disponível para um mundo inteiro através de um endereço eletrônico. Basta ter internet, digitar o endereço na barra e voilá, sua loja estará lá para todo mundo ver, 24 horas por dia, 7 dias por semana;
- Custo de manutenção baixo, podendo ser zero em se tratando de valores financeiros;
- Facilidade nas negociações: geralmente, você receberá o pagamento pelo produto vendido, antes de criá-lo (no caso do artesanato) ou enviá-lo, o que diminui muito o risco de tomar um calote, tanto para você, quanto para o cliente;
- Flexibilidade de horários: mesmo funcionando em tempo integral, você poderá decidir os horários em que administrará sua loja;
- Segurança: tanto nas negociações financeiras, quanto em relação a criminalidade, já que não há um ponto físico sujeito a assaltos;
- Mostruário permanente: mesmo que você trabalhe com encomendas, você consegue ter sempre o seu trabalho a mostra e deixar claro na sua descrição quais são as personalizações possíveis de serem feitas.
E os contras:
- No mundo virtual, o cliente espera respostas rápidas, então por mais flexibilidade de tempo que você tenha, é necessário ter uma rotina para responder os emails que chegarão o mais rápido possível;
- Confiança: ainda há muita desconfiança em relação a se comprar através da internet. Não ter um ponto físico como referência onde se possa ir tirar dúvidas e visualizar os produtos afasta alguns potenciais clientes;
- Aguardar a entrega: na loja virtual, seu cliente terá que esperar um determinado prazo
(que você cumprirá certinho e deixará bem claro qual é esse tempo na descrição do produto) para receber o produto comprado;
- Frete: talvez um dos maiores inibidores das compras online (que terá um texto em breve, prometo). Mesmo que o cliente tenha custos para se deslocar até a loja física, para ele esse custo não faz parte do preço do produto que está levando. Já na loja online, o preço do produto, na maioria das vezes, estará atrelado ao valor do frete.
Após levantar os prós e os contras eu cheguei a conclusão de que os contras eram possíveis de ser minimizados e não eram tão contras ao ponto de superar os prós, então decisão tomada: terei uma loja virtual!
E eis que surge outra dúvida: Qual loja é melhor para mim?
Nesse momento eu descobri que existem diversos tipos de e-commerce e saber as diferenças entre eles pode ser crucial para a sua escolha, principalmente se você está iniciando, como eu, sem grana para investir.
Como já disse são muitos os tipos, mas vou me atentar aos básicos e que estão mais presentes para nós artesãos: plataforma e plataforma com portal (ou o tal marketplace).
Vamos ver se me faço entender:
- na plataforma você aluga um espaço, ou seja, hospeda sua loja lá e poderá personalizar como quiser, usar o seu domínio, os sistemas de pagamento que desejar e para isso você pagará uma mensalidade, geralmente de acordo com o plano contratado. A loja é “sua”, então toda a parte de divulgação ficará por sua conta;
- no marketplace além de utilizar o sistema para hospedar sua loja, existe um portal, como um grande shopping virtual, que hospeda além da sua, outras lojas. Geralmente este portal se divulga e você tem a possibilidade de aparecer mesmo sem investir em propaganda da sua loja. Neste tipo, pode haver mensalidade e/ ou porcentagem sobre o valor do seu produto.
Então podemos fazer a seguinte analogia: a plataforma é a sua loja em uma rua de seu bairro, em que você aluga a estrutura, mas fica responsável em fazer as pessoas chegarem até ela e conhecê-la. O marketplace seria a sua loja em um shopping, as pessoas estarão lá, passeando em frente as vitrines de diversas lojas, inclusive outras que vendem os mesmos produtos que você, mas sua visibilidade pode ser maior.
Eu não gostaria de ser tendenciosa, mas como este texto é para falar da minha experiência, após conhecer os dois tipos eu acabei optando pelo marketplace, já que inicialmente não haveria nem tempo e nem dinheiro para investir na divulgação, mas você deve se atentar ao que cabe melhor no seu plano de negócios e que se encaixa melhor nos seus objetivos.
Mesmo sabendo qual tipo de loja eu queria, ainda tinham várias opções de marketplace, então, como escolher?
Eu fiz o seguinte: peguei um caderno e montei uma tabela de comparação em que levei em consideração o valor do investimento (mensalidades, taxas, porcentagens, cobranças extras); aparência e possibilidade de personalização, limitações, diferenciais e número de lojas com o mesmo nicho de produtos que os meus. Além disso, comecei a fazer buscas no Google de produtos artesanais para ver qual seria a plataforma que aparecia mais vezes nas minhas buscas (relevância no google é vida em se falando do mundo virtual).
Exigiu um pouco de esforço, mas fiz minha escolha de forma consciente e até hoje não me arrependo dela!
Depois de um ano vendendo apenas no marketplace eu me aventurei em ter uma loja em uma plataforma e mesmo sendo mais trabalhoso e um pouco mais oneroso mantê-la, também tem valido a pena e hoje mantenho os dois tipos de loja que vocês podem conhecer clicando nos links abaixo e conferir as diferenças entre as duas na prática:
Espero ter ajudado e qualquer dúvida que surgir pode deixar aqui nos comentários ou me enviar uma mensagem por email clicando
AQUI, terei o maior prazer em responder.
Esse post foi sugestão do
David Laurentino, faça como ele e nos diga o que você quer ver por aqui.
Trícia Pacheco
Em 08.04.2015