Que rolem os dados…
Queridos e queridas,
Os mais antigos jogos de tabuleiro datam desde o Egito antigo, ou até mais, não se sabe ao certo, algumas fontes falam em 5000 mil anos atrás. O certo é que eram feitos para retratar as grandes batalhas, grandes confrontos estratégicos, um simulador de combates. Mas foi somente a partir do século XIX que os board games se tornaram produtos de consumo e lazer da classe média.
Mesmo com o advento dos jogos eletrônicos e da internet, o mercado de board games cresce cada vez mais, integrando e socializando pessoas. Em grandes metrópoles como São Paulo e Curitiba, é possível encontrar diversos locais onde pessoas se juntam para jogar os seus jogos de tabuleiros favoritos. O principal motivo de atrair tanta gente talvez seja o fascínio que eles provocam.
E o melhor de tudo, eles são capazes de aprimorar uma série de habilidades que existe em cada ser humano. Há um leque de aprendizado por de trás de todo jogo de tabuleiro, e é isso que pretendo abordar aqui nesta humilde postagem.
Durante muito tempo “War” foi o grande campeão de vendas trabalhando o espírito competitivo e “imperialista” das pessoas. Aqui em casa, elo menos, sempre foi o número um e causou grandes problemas “diplomáticos”. Entretanto, foi ultrapassado por jogos que trabalham temáticas bem mais interessantes, como por exemplo, trabalho coletivo e cooperação.
Se você é daqueles amiguinhos que não suporta brigas desnecessárias que o “War” é capaz de proporcionar, inclusive nos danos que ele pode causar nos relacionamentos, a melhor pedida seria algo no estilo “Zombicide”.
“Zombicide” é um jogo excelente que trabalha com o espírito cooperativo das pessoas, além de trazer o tema zumbi da melhor maneira galhofa possível. Aqui os jogadores são obrigados a trocar itens, ajudar uns aos outros, discutir decisões, elaborar estratégias para se livrarem do apocalipse zumbi. Habilidades como socialização, liderança – esse é o momento de você brilhar e guiar os sobreviventes – ou quem sabe manipulação – oras, uma hora ou outra você pode muito bem querer fazer com que as pessoas sigam ou façam as coisas que interessam a você.
E o melhor de tudo, dificilmente alguém ficará aborrecido ao final da sessão. Mesmo a derrota é capaz de proporcionar momentos hilariantes. Sim, a derrota quando coletiva pode trazer um certo prazer estranho.
“Zombicide” é um board game maravilhoso, também por causa da arte e da qualidade das miniaturas. Uma verdadeira obra de arte.
No entanto, se você é daqueles amiguinhos que fazem questão de um espírito competitivo, temos algumas opções bem tranquilas – e também mais baratas – que conservarão a saúde de seu círculo social.
“Carcassone” é um jogo, uma espécie de dominó, que traz como cenário a cidade medieval francesa de mesmo nome. Cada jogador é obrigado a trabalhar com a peça que é retirada de forma a montar cidades, monastérios, castelos, etc… Esse board game trabalha bastante com o lado intuitivo, ou seja, o jogador é obrigado a tentar antever a jogada adversária, prever seus movimentos.
Com o final da partida, cada jogar soma os pontos correspondentes por cada estrutura construída. No final, o amiguinho que tiver mais pontos termina com a supremacia de “Carcassone”, e com isso pode esfregar sua vitória na face dos adversários. “Carcassone” é um joguinho bem maroto que trabalha com o lado intuitivo, matemática e conhecimentos históricos. Há algum tempo atrás escrevi um texto mais completo sobre esse jogo que você pode ler clicando aqui.
“Colonizadores de Catan” é um outro exemplo de board game competitivo saudável que trabalha com as habilidades de barganha e diplomacia dos jogadores. Nesse cenário, os participantes são responsáveis por colonizar, seja construindo cidades, estradas, ou estabelecendo relações comerciais. O ganhador é aquele que conseguir ter o domínio sobre a ilha. Para isso é necessário negociar com outros jogadores em busca das tão queridas matérias primas necessárias para o progresso.
Além de toda a interação e diversão, uma sessão de board games é uma jornada de auto conhecimento, onde você é capaz de testar as suas habilidades, reconhecer a sua posição e saber até onde você é capaz de ir.
Aqui foram apresentadas algumas habilidades que os jogos são capazes de aprimorar auxiliando na aprendizagem. Logicamente devem haver outras tantas habilidades por aí que esqueci de abordar, assim como há uma infinidade de jogos para todos os gostos.
Por essas e outras, escolhe um jogo de tabuleiro bem bacanudo, chame seus amiguinhos e seja feliz…